segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Adianta.

Adianta se for de coração aberto, pensando ser a seguinte aposta de um desejo que mais está pra ensejo. O romance entrelaçado à porta aberta do que se pensa ser a tão desejada liberdade... já disse Carpinejar, que liberdade é ter a quem se prender! Nunca quis ser a pessoa que machuca, nunca quis ser a machucada, mas saí ferida, e feri. É inevitável que nos feramos, ambos. Se envolver está diretamente, inteiramente ligado ao ato de se arriscar.
Músicas nostálgicas tocam em um só ouvido. Ou, um ouvido, só. Faz muita diferença, mas os dois fazem sentido. A música realmente está tocando em somente um dos meus ouvidos, e meu ouvido realmente está só, no sentido de sozinho mesmo. Ando não compartilhando o que ouço com ouvidos alheios, talvez pela falta de afinidade para com as pessoas que eu divido a maior parte do ar, do som, do dia.
Como as musicas são nostálgicas, me lembram de quando feri, quando fui ferida, mas lembro-me muito bem de quando aprendi, árduas tarefas, "it's so hard!"... aprendemos quando almejamos algo, sem querer, o desejo de não mais cometer aquele erro, que corrói e dói, aprendemos que aquilo não mais se deve ser feito àquele outrem. E aprendemos quando o outro, o próximo, deixa de ser "nosso" próximo, e passa a ser alguém, um alguém que muito conhecemos, sabemos seus gostos e desejos, mas já não se sabe mais o que houve numa simples tarde do dia desse alguém, pois já não compartilhamos mais as simples tardes. As musicas lembram também essas simples tardes, quando deitados, pansávamos estar criando o tal juízo, juramos não precisar de mais ninguém, não querer mais ninguém, e brotamos sorrisos recíprocos, escutamos o batimento do coração, tendo a certeza de que existia um lugar ali dentro, onde sempre iríamos habitar. Ali, estava o sentimento dele, por mim, e num suspiro demorado, desses de alívio, nos sentíamos seguros, prontos para desbravar tudo e todos, enfrentar qualquer coisa, pois no final do dia, era só voltar a ouvir a voz daquele alguém, que tanto fazia para, de novo e de novo, ver brotar o tal sorriso. Mas quando se vira alguém, não é o mesmo que se tranformar em qualquer um, não, longe disso. Nunca mais o "nosso" próximo, que virou alguém, será qualquer um. Este, será ALGUÉM, para sempre.